"VERDES SÃO OS CAMPOS"
sábado, 29 de outubro de 2011
TERNURA
PINTURA DE WILLIAM DYCE.
Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos.
Das horas que passei á sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos.
Das noites que vivi acalentando.
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo.
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E te posso dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...
É sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que repouses quieta,
muito quieta.
E deixa que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora. - Vinícius de Morais.
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